domingo, 25 de novembro de 2012

O voo

Os sentimentos mudam no peito, assim como os dois de H e o O, aquecidos, ficam. Está tudo perfeito e, assim como um vento forte, que leva simplesmente tudo do chão e do ar, o meu peito fica com um turbilhão de sentimentos contrários à vida - dizia o mesclado Farias, atrapalhador de uma vida.
Farias, ao contrário de seu íntimo, não mostrava, em hipótese alguma, o oco que era por dentro. Para ele, ninguém tinha a culpa de sua nostalgia inexplicável. Porém, o pobre homem não conseguia entender que o seu mal era maior que a razão; sim, maior que a razão, era a falta de Amor verdadeiro. 
Não era amado por ninguém, passava na rua despercebido nessas questões. Era um varão inteligente, graduava-se em Ciências Sociais pela Universidade local, estudava a invisibilidade social. Pena que eu não posso ser objeto e investigador ao mesmo tempo, dizia o grande homem. Joan Farias gostava de uma moça muito linda. Ela trabalhava no mesmo departamento que ele, numa Instituição do Magistrado Bahiano. Melissa era noiva. Ela era, simplesmente, louca por seu futuro marido. Mel, como lhe chamava Farias, tinha ele como o melhor amigo. Quem disse que entre homem e mulher não pode haver amizade? Esse era o discurso dela. No princípio, esse papel de "amigo para todas as horas" era tudo o que Farias precisava, necessitava, e ele até gostava, uma vez que ficava mais próximo dela, segurava sua mão, sentia seu cheiro de perfume feminino; esse posto era bom, mas em pouco tempo, esse sentimento foi cambiando dentro do pobre Farias. Quando Mellisa não falava com ele no emprego, seu dia e noite eram péssimos, simplesmente, nostálgicos. Ele já não entendia o que acontecia com ele, ou seja, não se entendia. Na verdade, entendia sim, mas não queria crer, não queria confundir os sentimentos existente ali na relação dos dois, tinha o grande medo de perder não o emprego, mas a amizade.
Numa segunda de agosto, o telefone de Farias toca às 11:00 p.m, ele já estava na cama, falou com aquela voz de recém-desperto, era Mellissa.  Oi, mel - com voz trêmula, de quem estava há horas falando. Melissa relata que acabara de discutir com seu futuro Marido, Ruben, um homem insensível, que gostava de mulheres que lhe beijassem os dedos, dos pés, queria atenção vinte quatro horas ao dia. Ruben dizia que a vira na rua dando olhadas a outro Homem. Ela dizia que não, que apenas olhava aos lados, gente normal move a cabeça. Ruben, porém, não entendia, aliás, fazia questão de não entender.  
No mesmo momento, Farias voltava a sentir o velho turbilhão de sentimentos... Mel, ele não te ama, não te quer, procura alguém que te respeite de verdade. Eu estou indo à sua casa, nesse momento, desculpa a voz surrada de choro, eu o amo, e estou sofrendo; como pode isso, sofrer por um amor? Eu não quero sofrer, me ajuda, dizia Mellissa. 
O táxi para na porta da humilde casa de Farias, que, apesar do trabalho no magistrado e da graduação, não tinha dinheiro para viver bem, apenas sobrevivia numa casa no subúrbio. Tinha vergonha da vida, das roupas, do corte de cabelo, da carteira, de tudo, tinha vergonha de si, não se amava, não era resignado, apesar de pregar a tal da resignação. 
Mellissa chega em sua casa às 00h30 a.m, havia visto nos e-mails do trabalho o endereço de Farias. Me ajuda, Farias, não quero sofrer. O pobre homem, sem saber o que dizer, dizia brandamente: isso passará, Mel, acalme-se, eu estou aqui para te ajudar. 
Nesse momento, Farias estava totalmente destroçado, acabado, chorava oceanos com os olhos da alma, havia algo que ele não entendia. Não podia dizer que a amava; não, não posso fazer isso. A vida lhe surrava fortemente de maneira invisível. Amava aquela mulher, mas não podia amá-la, no entanto a amava. 
Você é meu melhor amigo, Melissa lhe dizia chorando ao ombro do homem. Eu adoraria dizer isso a você, Melissa, pensava ele. 
A cabeça de Farias estava sem pensamentos bons, não aguentava sofrer mais. Mellissa, em minha triste vida, como todo mundo, tenho sonhos. Meu maior sonho é voar, é ter liberdade, é amar, é ser amado. E acho que apenas com um voo conseguirei isso. Farias conta seu íntimo à pessoa que menos poderia conhecê-lo, e contava isso chorando, porém as lágrimas já não eram internas; o oceano trasbordava de seus olhos, sem soluço, um rosto apaixonado por alguém que nem nos sonhos teria a reciprocidade de tal sentimento por sua pessoa. Isso, simplesmente, metralhava seu coração. 
Farias se saiu em direção a seu quarto enxugando as lágrimas, deixou Mellissa na sala... Entrando no quarto, abriu as persianas da janela de vidro, que era vizinho a sua mesa de estudos, puxou a cadeira de plástico, sentou, arrancou um pedaço de papel, pegou a caneta, que havia guardado para presentear Mellisa com seus nomes com as palavras eterna amizade, e escreveu algumas palavras de uma música que sempre ouvia pensando em sua amada no pepel meio amarelado: 
Sempre te amei sempre. 
Segundos depois, Mellisa ouve estilhaços de vidro vindos do quarto, Farias havia voado à sua liberdade em busca do que sempre sonhou...  

Fortaleza, 25/11/2012. 
Às 21h52

domingo, 8 de julho de 2012

Quem disse que desistir é difícil?


Quem disse que desistir é difícil? Não, não... Desistir é muito fácil. Sinto-me um criminoso com razão, que não sabe sua situação, não sabe seu roubo, seu delito, seu crime, seu latrocínio, seu destino.  A quem roubei os sonhos? A quem fiz chorar? A alguém fiz isso tudo, pois na vida, segundo a lei de causa e efeito, minha prisão não pode ter sido por nada, ninguém é preso injustamente nesta cela, ninguém. Essa clausura me sufoca, quita-me as ganas de tentar, de enfrentar, de encarar os fatos e ser encarado. Junto a estes moribundos que se dizem meus irmãos, rio alto, muito alto, meus irmãos, ora veja, meus irmãos, enchem o peito com o possessivo.  Não são meus irmãos porcaria nenhuma, perdão por a palavra chula, mas porcaria me define aqui, aliás porcaria é palavra muito limpa para mim; o pior vocábulo que encontres, caro leitor de apontamentos, é a palavra que quiçá me defina.  A mente, se é que isso pode ser chamada de mente, está mais suja, confusa, detestável e largada aos ventos do umbral terreno que lama na boca de errante. Já não consigo pensar em nada de bom. Mas como eu pensaria em algo de bom se nunca me passou algo benéfico? Mas eu juro, nunca matei, pelo menos nos atos, nunca roubei, pelo menos nos atos, nunca destruir sonhos de ninguém, nem nos atos. Em cambio, ceifaram-me, roubaram-me as esperanças, a inocência, assassinaram sem piedade meus sonhos simples... ah... eu sonhava bastante. Quando eu for grande quero ser médico, quero salvar vidas. Era meu grande sonho. Hoje, se pudesse, matar-me-ia para não mais sofrer. Ignorante pensamento, como se isso fosse resolver meus problemas mentais, ai que cabeça essa minha, rio de minha própria ingenuidade. Os que se diziam meus irmãos, esses se foram, pergunto-me sempre o porquê, na verdade não sei, não faço ideia o tal porquê, mas por que haveria eu de sabê-lo,se isso já não importa mais simplesmente nada, uma vez que o sentimento de cadáver já se instalou em mim? Uma mistura de choro e raiva sempre viveu em minhas entranhas emocionais, e o que me deixa como se houvesse tomado um copo de cólera, é o fato de não saber o maldito porquê. Roubaram-me os sonhos, mas quem diabos fez isso? Juro que não o avançarei à garganta, só queria perguntar-lhe apenas uma coisa: Por quê? Independente da resposta, desistir é fácil, ficou fácil, muito fácil, foi fácil. 

Fortaleza, 07 de julho de 2012
Às 23h48

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Vivendo e aprendendo


Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.  E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. 

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo, você aprende que o sol queima, se ficar a ele exposto por muito tempo. E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que, não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando, e você precisa perdoá-la por isso. 
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer, mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem da vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam. 
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa - por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas que nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não deve se comparar com os outros, mas com o melhor que você pode ser. Descobre que leva muito tempo para se tornar a pessoa que você quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa aonde já chegou, mas onde está indo; mas que, se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. 
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que, algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute, quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que se aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou. 
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens poucas coisas são tão humilhantes, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel. 
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer, não significa que esse alguém não o ame com todas as forças, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém algumas vezes, você tem que aprender a perdoar a si mesmo. Aprende que, com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que, não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você junte os seus cacos. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... Que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe, depois de pensar que não pode mais. 
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!" Nossas duvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar. 



(William Shakespeare)

sábado, 30 de junho de 2012

Um sentimento novo



Desde criança, melhor dito, foi quando criança que aprendi a construir meu próprio mundo.  Minha cabeça infantil só pensava em aprender a andar de bicicleta, correr na areia, brincar... sem me preocupar com os afazeres educacionais que me era exigido por minha mamãe. Minha mamãe era bastante mão firme quando o assunto diz respeito à educação. A pobre não teve a oportunidade que estava eu tendo naquele momento. Minhas primeiras séries foram incríveis. As professorinhas eram afáveis, a calma encarnada, fingia não ouvir nossos gritos e diziam: - meu amor, falar baixo é bonito, ficamos mais belos quando falamos educadamente. Ah, tempos bons, tempos bons, como os olvido!
Anos mais tarde, quando já passava a metade do ensino elementar, conheci um sentimento diferente. Antes, o que queria era conhecer joguetes novos, coleguinhas para correr, porque criança só sabe correr (- menino, tu vai se machucar! – Oxe, mãe, me deixe).  No entanto, esse sentimento que levava dentro do peito estava mudando minha conduta, meu jeito de ver as coisas; estava mais feliz, e, como um desajuizado, não sabia (ou não entedia) o porquê de tal comichão interior. Estudava pela manhã, não aguentava esperar o dia amanhecer: às cinco, junto com mamãe, já estava de pé (essa hora, menino?), queria está bem arrumado, bastante perfumado, nem eu me entendia.
Não obstante, um dia, na aula de português, foi-nos dada a missão de decifrar os acontecimentos de um texto desordenado. Eu, definitivamente, não era bom em língua portuguesa, continuo não o sendo. Minha sorte foi que o trabalho era em grupos, pensei: salvei-me! Grupo de três: eu e mais duas criaturas. Como a escola que estudava era singela, as cadeiras não eram lá confortáveis, sentamos no chão, o chão era limpo, bem zelado. Subitamente, o lápis, assim do nada, cai de minha mão. Eu e uma das criaturas colocamos a mão, ao mesmo tempo, para recorrê-lo. Oh, Deus, minha mão ficou por baixo. Nesse momento, um filme, durou uns quantos segundos, passou por minha mente e descobri, mais ou menos, o porquê de toda minha abobalhação. Aquilo foi sublime, sublime... é esta a palavra que me vem. A paz, naquele dito momento, apoderava-se de meu íntimo, aquela alegria que sentia ao levantar-me às cinco da manhã, também, fazia-se presente. Não queria que aquele momento acabasse, não, isso eu não queria, estava sendo lindo e inebriante momento, estava deleitando-me no instante, estava amando a criatura divina, criatura divina... é essa a expressão que me vem, criatura divida, de rosto angélico, voz terna, mãos suaves, olhos negros penumbra. A aula acabou, (mas já, professora?) fomos embora.

Fortaleza, 29 de junho de 2012
Às 11h45min. 

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Lamentos de dor


A noite cai e com ela vêm as lembranças de um passado que se foi, deixando enormes cicatrizes em meu peito. Não sei mais até quando poderei suportar a dor que ficou presente em mim quando você partiu, quando você me deixou só, outra vez. Será que algum dia serei capaz de esquecê-lo? Esse amor me machuca, é quase impossível esconder todos os sentimentos que estão fincados em meu coração. As pessoas olham para mim e enxergam apenas o que meu semblante transmite. Parece mesmo que estou sempre feliz aos olhos de todos, mas a grande verdade é que criei uma barreira entre meu exterior e meu interior, e apesar de me mostrar sempre alegre, existe um grande tormento em meu coração, angústia suprema, noites intermináveis, enfim, escuridão. Estou entorpecida, há uma lágrima em meu olhar que sempre impeço de deixá-la cair para não partilhar a minha tristeza com as pessoas que amo, pois não quero que as mesmas deixem de ser feliz por minha causa, não quero causar dor em mais ninguém... Então, tudo que farei, é ficar trancada no meu mundo, sofrerei calada e buscarei respostas para 
as perguntas do meu íntimo. Seguirei em frente tentando achar um rumo melhor para minha vida, buscando encontrar em cada ser algo que seja capaz de preencher o vazio que você deixou quando partiu. Quem sabe um dia poderei olhar para trás e ver que o que passou, de algum modo, serviu para o meu crescimento. E quanto a você, quando olhar para frente verá que não tem mais aquele amor que lhe ofereci com toda força do meu ser, e talvez você possa sentir a dor que senti, a solidão que passei, as noites gélidas, a inquietude da alma. Talvez você possa sentir o seu coração gritar, apelar e chorar apenas por querer estar ao meu lado, apenas por querer ouvir a minha voz implorando por um carinho seu; então, você sentirá a vontade de ligar para mim, mas logo em seguida virão as vozes da sua consciência que irá lhe apresentar de forma clara tudo o que você fez para mim, todo desprezo, toda falta de amor e toda lágrima que você me fez derramar apenas por querer ter você comigo, verá que você não foi suficientemente capaz de retribuir todo o amor que eu tinha por você, verá o quanto você desperdiçou daquele amor, o quanto você foi seco e frio comigo. Pode ser que eu esteja errada em relação a você, pode ser que você olhe pra frente e eu me torne, apenas, uma lembrança vaga em sua mente, pode ser que eu esteja apenas ocupando mais um espaço em sua mente... Tudo isso são fatos dos quais nunca terei certeza do que realmente possa acontecer com nós dois, mas quem sabe um dia possamos estar juntos novamente, quem sabe eu possa esquecer de todo o mal que você me causou e possamos ser felizes, pois a nossa felicidade não depende do destino, depende de nós.

Katyany Gomes (Cortesia)

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Decepção

Decepção, por que me persegues? Por que insistes em me seguir? Já disse que não te quero perto de mim. O que procuro, às vezes, não, definitivamente, não é o que acho. Por quê? Por quê? Por favor, diga-me o porquê disso tudo? Você perto de mim me faz sofrer; você longe de mim também me faz sofrer. O que faço, então? Fujo, escondo-me, esfumo-me ou me perco para poder me encontrar? Acaso, não escutas meu chamado? Não vês que estou clamando por ajuda? Passa-me, neste momento, lembranças e lembranças de um presente que não vivo. Por que sou feliz? Por que sofro, e por que vivo mais fracassando do que triunfando? 
Será que é melhor fazer o bem ou fazer bem? Não sei... definitivamente não sei... não sei... não, não e não. Há anos me decepciono com tudo , não encontro respostas para nada. Para onde quer que eu vá, só vejo muros brancos sem nada escrito nem pichado. A decepção é um aprendizado... é o que dizem por aí, mas ninguém gosta de sofrer, ou será que há alguém assim? Não sei, não sei, não, não e não. Aliás, eu, realmente, não sei de nada, não sou nada, ou melhor, sou sim, sou um nada. É suicidante esta decepção encravada, não obstante não tenho o direito de ceifar a vida, uma vez que não fui eu quem me regalei ela; esta me foi dada, e seria inútil tentar sair desta prisão, pois o corpo liberta-se, mas o espírito jamais.  

Fortaleza, 12 de janeiro de 2011.
Às 00h21min.