quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Duas vezes separados




A um amigo...
Quando criança, brincávamos juntos; rolávamos a cabeça do boneco; o famoso pega-pega, só nos dois. Éramos vizinhos. Dono de uma simpatia juvenil e angélica, meu querido amigo de infância. Fomos separados por primeira vez quando me mudei de bairro. Noite do dia 24 de dezembro de 2001, minha primeira noite sem rolar cabeça de boneco barato, fruto de minha insistência a meu pai, no dia das crianças, boneco esse que dividia com ele; minha primeira noite sem o pega-pega, sem as bilas na ponta da pouca calçada. Crescemos separados fisicamente.
Tempos depois, reencontramo-nos: eu mais moreno e gordo, ele mais alto e loiro. Não obstante, agora, a vida mais uma vez nos separa mais que fisicamente. Na noite de ontem, ele foi embora para ‘sempre’ - deste planeta: a cabeça doida, uma motocicleta e um caminhão nos separam... Agora, as noites de bilas (meu cocão é mais forte que o teu!), de virar cabeça de boneco e de pega-pega são apenas memórias de um passado mágico, indescritível e inolvidável, meu irmão.
Siga, onde quer que você esteja que eu, por aqui, seguirei com nossas memórias de quando criança, tempo em que nossa única preocupação era não ficar soado depois das corridas de bicicletas, a fim de que nossas mães não notassem que havíamos brincando.
Se cuida, onde quer que você esteja!
[Antes que a madrugada termine]
Tiago Alves
Fortaleza, 22 de setembro de 2013.
Às 22h49.






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